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terça-feira, abril 06, 2004

Burgueses e cowboys 

"Um rapaz apaixona-se por uma rapariga, junto da qual passa todo o dia, consumindo a vida na contemplação daquela a quem ama e empregando todos os bens, todas as forças, todas as faculdades para lhe provar que é inteiramente dela. Chega um simples burguês, com experiência da vida, e no gozo da consideração pública, e diz a esse jovem:
- Meu caro senhor, amar é humano, certamente, mas é necessário amar como ama um homem. Divida o tempo, dedique uma parte dele ao trabalho e dê à sua amada somente as horas que lhe sobrarem para recreio. Calcule bem as suas despesas e os seus bens e, se alguma coisa lhe sobrar, não o proíbo de lhe oferecer algum presente, contanto que não o faça frequentemente; por exemplo: no dia dos anos dela, ou no do seu nome e pouco mais."

(Goethe, "Werther")

Existem os burgueses e os cowboys. Bem, no fundo não é bem assim. Mas supondo que é...o nome 'cowboy' integra algo de viril e "muito macho" que na minha perspectiva não faz sentido...viris e muito machos são os burgueses, aqui os cowboys são os outros, os românticos, os que cantam cá de baixo à sua princesa amada lá no alto à janela, os aventureiros fiéis, os que as respeitam. Eu, pelo menos, sou um cowboy cantor e embora compreenda as vantagens de seguir os conselhos do burguês não o consigo fazer quando estou apaixonado. Por isso acho que faz mais sentido chamar cowboys aos apaixonados...aos que não têm medo de aventurarem-se no amor, e que cavalgam, ainda que às vezes sem rédeas, procurando sentirem-se felizes junto de alguém, ou de qualquer coisa.

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